1.4.07

A verdade por detrás da cerveja

A APVC – Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja - que promove a Semana Nacional da Cerveja no fim de Abril, recorreu a vários estudos científicos para mostrar os benefícios da cerveja na saúde. A saúde da mulher é abordada de forma particular, já que a osteoporose, a obesidade e o cancro da mama são doenças potencialmente prevenidas através do consumo regular de cerveja.

O King’s College London mostra que o silício, um mineral em abundância na cerveja, favorece o processo de formação dos ossos e pode prevenir a osteoporose. O silício fortalece o colagéneo dos ossos, conferindo-lhes força e flexibilidade, explica Jonathan Powell, do Departamento de Nutrição e Medicina daquela Universidade.
A densidade óssea da anca e da coluna vertebral aumenta com a ingestão de ácido silícico. Até aos 35 anos de idade, a ingestão deste mineral pode prevenir a osteoporose em idades mais avançadas; contudo, depois da menopausa, as mulheres já não sofrem este benefício. Isto porque o efeito varia conforme os factores hormonais, sendo que os homens são mais beneficiados do que as mulheres.
O silício está presente na água mineral, na cerveja, nos cereais e em alguns frutos e vegetais. Um copo de cerveja tem 6 mg de silício, cerca de 20% da dose diária recomendada.

A University College de Londres afirma que a cerveja não engorda nem provoca a chamada “barriguinha de cerveja”. Adianta também que não é só o consumo de vinho que previne as doenças cardiovasculares.
Um estudo levado a cabo pelo departamento de Epidemiologia e Saúde Pública desta Universidade conclui que a cerveja, tal como o vinho, pode prevenir doenças cardiovasculares. A cerveja produz benefícios de protecção contra os enfartes de miocárdio.
Martin Boback, o orientador desta pesquisa, estudou o consumo da cerveja e relacionou-o com o aumento do índice de massa corporal e a proporção cintura-anca, e concluiu que não se podia atribuir a conhecida “barriguinha da cerveja” ao consumo desta bebida.
O estudo foi realizado em 891 homens e 1098 mulheres entre os 25 e os 64 anos da República Checa, país onde o consumo de cerveja per capita é bastante elevado. A média semanal era de 3,1 litros para os homens e 0,3 litros para as mulheres. Os resultados demonstram que, nos homens, a proporção cintura-anca relaciona-se com o consumo de cerveja, mas não de forma significativa. É preciso ter em consideração que o tabaco, o alto colesterol e outros factores também contribuem para o risco de doença cardíaca. Nas mulheres, esta relação entre o consumo de cerveja e a proporção cintura-anca não se verifica. Existe, aliás, uma associação negativa entre o consumo da bebida e o índice de massa corporal.
Este estudo foi publicado no European Journal of Clinical Nutrition.

A Faculdade de Ciências da Alimentação e Nutrição da Universidade do Porto sistematizou as propriedades nutricionais e funcionais da cerveja, num estudo conduzido por Manuel Rocha de Melo. O estudo conclui que o consumo de cerveja pode prevenir várias doenças, graças ao alto teor de vitaminas do complexo B, polifenóis, fibra solúvel, minerais e álcool, bem como ao fraco conteúdo de lípidos e açúcares.É portanto, aconselhada como complemento numa dieta saudável.
Entre as doenças indicadas no estudo, encontra-se o cancro, a doença cardiovascular, a demência, etc. O álcool pode prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2, reduzindo os níveis de insulina, por outro lado, os polifenóis constantes na cerveja têm capacidade antioxidante e podem desempenhar um papel quimiopreventivo, revela o estudo. A fibra solúvel (tanta como a do sumo de laranja) regula os níveis de colesterol e de glicose no sangue, desenvolve a flora intestinal e diminui a incidência de cancro do cólon e da diverticulose.
Num estudo do Centro de Farmacologia e Biopatologia Química da Universidade do Porto, conduzido pelas nutricionista Sandra Silva e orientado pela investigadora Maria da Conceição Calhau, conclui-se que a cerveja, assim como o vinho e o chá verde, pode reduzir a incidência do cancro da mama. Os compostos polifenólicos (xanta-humol, resveratrol e epigalocatequina-3-galato) existentes em qualquer uma destas bebidas “quando presentes no meio de cultura de uma linha celular de carcinoma mamário foram capazes de reduzir a proliferação celular”, diz o estudo. Esta pesquisa adianta ainda que o xanto-humol, composto abundante na cerveja, é o que apresenta maior efeito inibitório sobre o crescimento celular.
O cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda em mulheres de todas as idades.
As conclusões deste estudo foram apresentadas à American Physiological Society (APS), em Março de 2005.

O GADA agradece a todos os investigadores e promete continuar a cultivar o gosto pela cerveja entre os seus membros e espalhar os seus benefícios entre os "cépticos".

ASS : FUNDADOR.